Comunicar-se de forma não violenta pode significar coisas diferentes

Comunicar-se de forma não violenta pode significar coisas diferentes.  Principalmente considerando perspectivas pessoais e até culturais. Mas a Comunicação Não-Violenta (CNV), de Marshall B. Rosenberg, propõe não somente que consideremos os sentimentos e vulnerabilidades do outro com mais cautela, ela nos ajuda a desenvolver uma conexão pelo coração e pela empatia. E esse processo não é nada estático. É um movimento constante, que questiona seus próprios julgamentos, treinando um olhar mais sensível e atencioso ao que realmente importa nos relacionamentos.
Mas falemos de casais. Observar sem julgar, identificar sentimentos, perceber necessidades e aprender a pedir o que você realmente precisa. Esses são os pilares da CNV. Não parecem perfeitos para o cotidiano íntimo e intenso do casal?! Para tanto, é preciso se reconhecer na fala que fere e desconsidera o sentimento do outro, mesmo que a sua dor possa de alguma maneira trazer a sensação de que uma fala mais agressiva é justificável. O que implica no aspecto da CNV que mais faz sentido pra mim: a auto-responsabilidade. Não escolhemos o que sentimos e há muito a ser analisado e trabalhado quanto ao que se sente. Principalmente dentro da dinâmica do casal. A função daquele sentimento pode servir tanto à traumas que ainda cultuamos dentro de nós, quanto à repetição de padrões antigos na relação. Mas podemos e devemos, com toda certeza, nos responsabilizar pelo que fazemos para lidar, amenizar e elaborar esses sentimentos. Por mais difícil que seja, se envolver no processo de auto-responsabilidade é revelador e pode, assim, revelar mais do que falas, mas maneiras de falar que são frequentes, acostumas e, muitas vezes, violentas.
Um ponto importante: o lado do outro. Lá você encontrará muito mais facilmente como essa pessoa realmente se sente sobre o que é mais comumente dito e vivido na relação. Que essa ponte seja construída com muita consciência e responsabilidade.
E que haja um esforço mútuo para que a caminhada em parceria respeite e admire a jornada de cada um.

Com afeto,
Renata Brügger.




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