Como a Terapia Ericksoniana, familiar e de casal contribuem para o seu florescimento.


Por, Renata Brügger - psicóloga 

Um olhar humano está repleto de sua própria humanidade. Digo isso em muitos sentidos. Temos a experiência do que nos toca de maneira positiva, o que facilmente podemos fazer florescer e dar frutos dentro e fora de nós. Porém, temos também o que nos dói e nos é difícil processar, o que preferimos deixar “embaixo do tapete”, escondido nos nossos processos inconscientes.



A terapia “feita sob medida”, criada pelo Psiquiatra Norte Americano Milton Erickson, nos traz ferramentas para acessar tanto o que compreendemos conscientemente e queremos transformar, quanto o que está por trás da nossa dor ou angústia. Mais do que isso, a abordagem Ericksoniana foca em soluções e potenciais, trabalhando com nossos recursos internos e com o que já temos para começar nossa jornada em direção aos nossos objetivos terapêuticos. 

Utiliza a linguagem simbólica do insconsciente através de metáforas, visualizações e da hipnose para abrir novos caminhos e criar novas maneiras de encontrar o que buscamos. E utiliza também o desenvolvimento da nossa consciência para que possamos aprender a criar hábitos e relacionamentos mais saudáveis com nós mesmos e com o outro. Sempre um passo de cada vez, no seu tempo e do seu jeito, como cada planta, árvore, fruto ou flor fazem para nutrir-se, crescer e doar-se ao mundo.

Unindo nossas habilidades pessoais aos recursos e conflitos existentes no contexto familiar, a Terapia Relacional Sistêmica ou Terapia Familiar e de Casal vem abrindo portas para a comunicação interpessoal. Apresentando ainda o quão enriquecedores são os padrões, hábitos e dinâmicas que estabelecemos com membros da nossa família. Essa riqueza, contudo, nem sempre está polida e brilhante, pronta para ser vista e apreciada. Na maioria das vezes, temos dificuldades de enxergar os tesouros cotidianos e as oportunidades de crescimento diante de crises e conflitos ligados às relações familiares. 

Assim, a Terapia de família cria oportunidades de contar e ouvir as histórias dos que vieram antes de nós, e de perceber como essas histórias podem estar moldando nossas escolhas, nossa visão de mundo e nossas construções futuras. Ajuda-se então a desenvolver novas formas de enxergar os papéis desempenhados por membros da família, incluindo o papel que nos foi dado. E, mais do que apenas aceitar e seguir esse papel, nossa transformação interior pode levar à construção da nossa própria forma de ser e pertencer ao grupo familiar (e tantos outros grupos importantes em nossas vidas). Essa mudança terapêutica de consciência, hábitos e padrões relacionais permitem ainda que se demonstre ao mundo e ao outro novas maneiras de amar e florescer.

E do trabalho realizado com a Terapia Ericksoniana e a Terapia Familiar e de Casal, deixo aqui uma reflexão minha em forma de metáfora e de florescimento...

“Ser humano, vivo como planta, mais parece rosa, roseira, cada um de uma cor. Família é roseira, não é não? Amor é rosa. De cor e de flor. O que lhe dói, o que lhe toca, o que pode lhe espetar, está ali nos espinhos da rosa, da roseira inteira. Mas são desses espinhos, é desse toque, que se nasce uma das flores mais bonitas e encantadoras de toda a existência dos que vivem e dos que não vivem. Penso que é com cuidado que se deve tocá-la, os espinhos assim não lhe machucarão. E a rosa florescerá em seu olfato e em sua visão. Quem sabe até em outros sentidos. O amor sempre abre possibilidades infinitas. E se escolhemos amar os espinhos, tratá-los com cordialidade e carinho, as rosas, simplesmente e belamente, florescem”.



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